E se bares e restaurantes pudessem ter uma plataforma de delivery para chamar de sua?
Por Elton Martins
Quem chegou na internet quando tudo isso daqui era mato vai se lembrar que nem sempre tinha “um app para tudo”. De uma época em que mal existiam buscadores, caímos no que os especialistas hoje estão chamando de “economia de plataforma”, uma sociedade permeada por plataformas que intermediam as nossas interações digitais do dia a dia. De certa forma, esse movimento de coordenação, padronização e organização de serviços digitais é natural e esperado, já que muitos aplicativos acabaram especializando-se em determinadas funções, sejam elas mandar mensagens instantâneas, colecionar os “stories” dos amigos ou facilitar que um pedido do restaurante chegue à porta das nossas casas. Existem hoje aplicativos especializados em intermediar as interações do mercado de delivery de comida e bebida: são plataformas dedicadas a conectar gente com vontade de comer ou beber, restaurantes e bares com vontade de vender e motoboys independentes com vontade de faturar uma grana.
Porém, do jeito que as principais plataformas foram estabelecidas, elas operam sob um modelo de negócios que onera demais os mais de 1 milhão de microempreendedores que atuam no setor alimentício e que precisam de serviços de entrega para continuar faturando com a venda de comidas e bebidas durante o momento de distanciamento social que a pandemia exige.
Reportagens de poucos meses atrás mostraram que apesar da maior circulação de pedidos, algumas plataformas de entrega dobraram as taxas de entrega cobradas de bares e restaurantes que fazem uso desses sistemas para realizar seus serviços de delivery. Segundo o SEBRAE, existem hoje mais de 12 milhões de micro e pequenos negócios, dentre eles mais de 8 milhões de microempreendedores individuais (MEI), que dificilmente têm lastro para bancar serviços de entrega particulares. Dessa forma, essas micro e pequenas empresas (MPE) se viram pressionadas a aceitar as salgadas mensalidades e taxas das plataformas de entrega que existem hoje no mercado brasileiro para continuar operando de forma distanciada. A margem de lucro dessas MPEs, contudo, fica cada vez menor, já que além das mensalidades, elas chegam a ceder até 27% do valor total de cada um dos pedidos entregues como parte do acordo firmado com as plataformas de entrega.
Observando esse cenário do ponto de vista da tecnologia, aqui na Devell acreditamos que o problema não são as linhas de código que costuram as relações desse triângulo entre os pequenos empreendedores, os entregadores e os compradores. O atrito reside na lógica sob a qual essas plataformas decidiram operar, e não nos algoritmos que coordenam essa interação.
E sabe o que costuma ajudar a criar novas lógicas de operação e de negócios? A variedade de opções, que permite ao mercado conhecer novas alternativas e propostas. É nesse sentido que a Devell está trabalhando, para propor um marketplace mais justo, que funcione sob uma lógica de negócios diferente, e que possa apoiar os bares e restaurantes regionais nesse processo de digitalização, contando com o apoio de um agente local.
Tenho observado com muita atenção esse movimento do mercado, e aloquei parte do tempo da equipe da Devell para nos dedicarmos a desenvolver uma nova proposta que possa atender não só aos negócios, aos entregadores ou aos compradores, mas que também possa servir de apoio às comunidades e às cooperativas, levando a uma melhoria das economias locais. Afinal, nada melhor do que a concorrência para fazer o mercado ter opções mais refinadas e justas.
Como fundador da Devell, para mim não basta estar de olho nas tendências, mas também preparar minha equipe para fazer parte desse cenário social, tendo empatia com os desafios de todos os pontos de contato envolvidos e buscando criar soluções novas para o mercado.
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